Fazer a diferença
Na cidade onde moro existem muitos vendedores de coco na orla da praia. Ao que parece, todos compram do mesmo fornecedor, porque vejo a caminhonete parando e fazendo a entrega. Todos vendem o coco pelo mesmo preço.
Acontece que há um rapaz (ele nem tem um quiosque, é só uma carrocinha) que vende sorrindo. Isso mesmo. Sempre que passo por lá, ele dá bom dia, com um sorriso.
E tem mais: ele oferece papel-toalha para o cliente, tem lixos separados para reciclagem, agora tem um banner escrito “vendemos coco” em diversas línguas e, da última vez que fiz a pausa ali, depois da caminhada, ofereceu uma banana madurinha (uma delícia!), sem acréscimo no preço.
Algumas dessas coisas talvez custem dinheiro para ele e reduzam um pouco o lucro. Mas o movimento de clientes é ininterrupto. Sem falar nas pessoas que passam caminhando e o cumprimentam. Ao que ele responde, sempre com um sorriso.
Certa vez, numa conversa mais demorada eu soube que ele estava passando por sérios problemas de família. E conduzindo de maneira firme e lúcida, fazendo o que era preciso. Confiando que tudo se resolveria dali a um tempo.
Enquanto isso, continuava a vender o seu coco, atendendo seus clientes e passando um dia agradável de trabalho.
Eu já o acompanho há alguns anos e a cada vez que o visito vejo que ele criou uma melhoria, um mimo para seus clientes. Nem sempre foi assim. No início, havia apenas o sorriso. E isso mudou tudo.
Podemos fazer as coisas de qualquer jeito. Ou podemos fazê-las bem feitas.
Ou podemos fazer realmente a diferença.
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Links
● Coluna da semana no G1: ”Faculdades preparam candidatos para concursos públicos?”
● Livro – Como Vencer a Maratona dos Concursos Públicos
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